Relatos de viagem
Machu Picchu

Dia 16 - Saimos logo cedo (06h30) mas já no portão o alarme deu chabu (bateria fraca) - fomos capengando até Pacaembu para trocar (entramos em Adamantina mas estava muito cedo).
Só que essa parada me custou o estouro do ziper do macacão (jaqueta) - estava muito apertado mesmo).

Liguei para o Tande e ele foi levar outra jaqueta de couro pra seguirmos viagem.
A estrada não estava lá "estas coisas" e próximo de Campo Grande quebrou o braço do retrovisor esquerdo (principal para ultrapassagens) ... chegando em Bandeirantes fui "quebrar o galho" ... "gambi" é comigo ... hehehe . Na oficina do Alemão, soldamos e ... por enquanto está aguentando ... A sorte é que quando estava caindo ... peguei o danado e não quebrou o espelho. 

Com tudo lá se foram 3 horas de atraso. Conseguimos chegar em Bandeirantes (65 km adiante de Campo Grande). O Thales devia estar exausto (foi dormir tarde na noite anterior) e simplesmente desmaiou ... janta? qui ... nem abriu os olhos ... 

Dia 17 - Levantamos as 07h00 e, com toda lerdeza do Thales, tomamos café da manhã e tome arrumar as coisas na moto (com pneu e tudo). Pé na estrada mesmo somente as 08h40.
A viagem foi tranquila ... faltando uns 60 km para chegarmos em Rondonópolis, a primeira chuva. Mas passou logo. Em Rondonópolis abastecemos e vi que o pneu traseiro não aguentaria mais ... trocamos e lá se foi mais 2 horas de atraso.

Conseguimos chegar em Cáceres já escurecendo. Chegamos num hotel no centro da cidade já passava das 20h00 (já horário daqui - sem h.verão). Um grande banho e vamos pra cidade procurar internet (ontem não deu pois o Thales "furou"). 

Dia 18 - Saimos de Cáceres meio tarde (o cara é lerdo pra levantar ... hehehe) e tome estrada (até que tava boa no começo).

No período da tarde a coisa ficou preta ... era um buraco em cima do outro.  Cratera que cabia meia roda ...

Pra quem pretende fazer essa rota, recomendamos não viajar a noite ... são cada panelão ...

Chegamos em Pimenta Bueno por volta da 16h00.  Já encontramos a Eliane no posto e fomos para o sítio do Siqueira e da Tidi.  

Depois um um excelente café com direito a aquele lanche com tudo do sítio ... hehehe 
Saimos já escuro pra ir na casa do Zé Roberto.  O Paulo estava no sitio e nos conduziu.
Foi só alegraia mesmo.  Como conhecem bem a estrada, nos deram muitas dicas da estrada.

Dia 19 - Esperava que estivessem exagerando quando falaram de "caminhão vindo na sua direção" ... e foi mesmo.

Já nos primeiros kms uma carreta para desviar de buracos veio em nossa diereção ... e depois ... QUE ESTRADA PERIGOSA ... SÓ PANELÕES ... E PÕE PANELÕES NISSO.

Passando a balsa ... chegamos em Extrema, cidade a 189 km de Rio Branco.

Nada como um bom banho, um lanche e internet pra acertar as noticias

Dia 20 - Levantamos tarde e só conseguimos colocar o pé na estrada já passava das 11.   Imagina quem demorou ... hehehe.

A estrada tem uns pedaços de muito buracos e num desses perdi o retrovisor direito.  O solavanco foi tanto que fui olhar a roda se não tinha danificado e só percebi que tinha perdido o retrovisor já tinha andado uns 5 km.   Resolvi continuar pois já estava atrasado pra pegar o visto de saída.

Quando entramos no estado do ACRE foi uma revista "pente fino" ... o pessoal olha todos os documentos.

A estrada passa a ter muitas curvas e também não melhorou muito com relação a ter os buracos.

O susto maior foi, numa lombada, quando avistamos toda a estrada um caminhão carregado de bois estava tombando ...

Dei aquela brecada e os bois que não morreram sairam assustados da gaiola toda quebrada e parte deles vieram na nossa direção assustados ...

Meu ... que susto.  Aí levantou uma fumaça branca do caminhão ...

Parei pois fiquei com medo de explodir alguma coisa.   Era água que vasou do radiador e com motor quente subiu a fumaça.   

Chegando mais perto vimos que o motorista estava bem e já ligando pelo celular (tudo bem com ele mesmo) e que tinha 4 bois mortos.   Como não podiamos ajudar em nada, seguimos em frente (aliás só nós passamos pois o caminhão tava com as rodas pra cima e tomou as duas pistas).

Depois ainda deparamos com alguns que tomaram a estrada do lado oposto e tambem desnorteados.  Foi duro passá-los.  Com o barulho da moto eles corriam mais e pra ultrapassar foi um sufico.   Foi um susto e tanto ...

Depois de mais uns 20 km chegamos em Epitaciolândia, onde fomos na Polícia Federal dar entrada nos documentos para saida do país.   Aí deu outra zica...

Eles pediram a autorização da mãe para o "garoto" sair do país ...  obviamente que não trouxe.

Lá vai ligar pra casa, pedir pro pessoal fazer isso amanhã cedo e passar por fax.

Se tudo correr bem (e o Tandão quebrar outra vez o galho ... hehehe), amnhã até ao meio dia estaremos entrando no Peru.

Por enquanto estamos num hotelzinho e fomos na Bolívia pra conhecer ... (é como Cidad del Leste) ... o povo passa pra comprar bugiganga na Bolívia.

Retornamos e vamos descansar pra amnhã pegar no trampo.

Segundo o pessoal tem falado aqui, é nesse trajeto que se tem "emoção" ... hehehe

Vamos ver ...

Dia 21 - Depois de esperar o domumento via fax pra "liberar o Thales" .... "pricisou da torizacao da mamai ... hehehe".

Com um pouco de chuva, chegamos em Assis Brasil (ultima cidade do Brasil para chegar ao Peru).

Almocamos e pe na estrada pra entrar logo ...

Pessoal, veja o Album de Fotos (dia 22) que as imagens falam ªmais alto" ...

Foi uma viagem de apenas 360km mas de muita lama ...

Vamos ficar aqui amanha pra acalmar ... 

Ah, fui economizar no hotel e o quarto so tem agua fria ... qui duro ...  amanha vamos mudar ... com dores e ainda agua fria ... ninguem merece.

O hotel eh barato .. eu e o Thales S$ 50,00 soles - (R$ 35,50)

Dia 22 - Levantamos cedo e fomos procurar a manete de embreagem e uma condução pra levar a moto de volta para o Brasil.   Já tínhamos decidido que não daria pra continuar pois o joelho doia muito e como a estrada para Cuzco era só de cascalho ... tinha risco de novas quedas ... "o joelho não permitia".

Depois de muito andar de Charrete, não encontramos a manete da embreagem.  Compramos uma manete de freio da Titan e improvisei.  E achamos uma caminhonete que se prontificou a nos levar até a divisa.

Foi uma viagem tranquila (veja as fotos) e, do lado do Brasil, tome arrumar as coisas na moto e o Thales me ajeitar na moto para que eu pudesse dirigir.   Ele foi engatando as marchas com a mão e fomos até Eptaciolândia (110km) já noite.

Voltamos ao hotel que tinhamos ficado na ida e nos atenderam muito bem.  Nos deram um quarto logo no início pra não andar muito e vamos descansar o joelho pra tentar andar 1100 km amanhã.

Dia 23 - Saímos cedo de Epitaciolandia.  Passamos na Polícia Federal pra entregar o visto de entrada no Peru e tome estrada.   Foi uma viagem com muitas dores pois tinha muito buraco na pista e todo solavanco, imagina o joelho.

Fomos revesando onde tinha menor movimento e estrada mais tranquila.  Só comemos um lanche com salsicha na balsa (antes de Rio Branco) e pau na máquina.

Depois de rodar 970 km, escureceu (se perde 1 hora pelo fuso horário) ... e com várias panelas no asfalto não dava pra continuar viajando a noite.   Paramos em Ariquemes e fomos comer uma "picanha" ... ufa ... até que enfim comemos bem ...

No hotel JR ficamos num quarto extremamente confortável e tinha até internet para os hóspedes.

A diária foi de R$ 70,00 para os dois.    Os colchóes eram "Probel" ... extremamente macios.

A estada aqui foi muito ótima mesmo (Ariquemes - RO).

Dia 24 - Acordamos mais tarde pois temos apenas 320 km até Pimenta Bueno - RO, nossa próxima parada.  Tomamos um ótimo café da manhã e vamos arrumar as tralhas pra pegar estrada.   Amanheceu um pouco chuvoso mas dá pra tocar.   A perna esquerda está um pouco inchada mas nada que uma faixa não ajeita pra tocar.

Chegamos em Pimenta Bueno (RO) por volta das 3 e meia da tarde.  E fomos as visitas aos familiares.   A noite a seia de Natal na casa do sogro do Beto (filho do Zé Roberto).   Muita comida e moda de viola (Tião, Neto e um companheiro da cidade).  A cantoria avançou madrugada.

Dia 25 - Acordamos tarde e fomos no almoço pra família na casa do Siqueira.  Além do grande almoço em família de Natal ainda se comemora o niver da matriarca Tidi.   Além da comilança, muito bate papo, lembranças de "causus" e muita alegria.   Foi muito bom rever os amigos que não os via há um bom tempo.

Dia 26 - Saimos logo cedo pra tentar fazer os 2.200 km até Marília em dois dias.  Como comecei a tomar anti-inflamatório no dia anterior, a perna já apresntava melhora e já dava pra mudar as marchas mas não apoiar totalmente o pé esquerdo.  Era aquela dificulkdade para subir e descer da moto.   Com a ajuda do Thales conseguiamos "ir tocando" pra tentarmos chegar em dois dias.

A previsão era chegar até Rondonópolis e sobraria mil e poucos km.  Mas escureceu antes de chegarmos e tivemos que "hospedar" em Jaciara, a 70 km de Rondonópolis.  Mas mesmo assim conseguimos rodar 1070 km hoje.

Dia 27 - No café da manhã comentei com o Thales que por Goiás era quase 200 km mais perto.  Aí decidimos ir por aí.

Em Rondonópolis pegamos então direção Goiás.   Nos primeiros cem km nos chamou a atenção a mudança de relevo para planalto.   Já chegando próximo a divisa percebia-se as grandes propriedades com plantações de soja (predominantemente) e de milho.   Com isso também grandes silos e carretas transportanto grãos.   Só um desastre ... a má conservação das estradas.

BRs era sinônimo de abandono, sofrimento de caminhoneiros e muito mais gastos para escoar as safras.   Só mesmo incompetência justificaria tamanho caos nas estradas brasileiras.

Pegamos trechos que para vencermos 60 km levamos quase duas horas.  Foi uma roubada a mudança dos planos ... mas era tarde para arrumar.   Tivemos que tocar e tentar chegar o mais rápido no estado de São Paulo.   Aí teriamos estradas transitáveis durante a noite.

Já passava das 6 da tarde quando chegamos em Aparecida do Taboado (última cidade do MS).

Adentramos então no tão esperado Estado de São Paulo.   Era visível duas coisas importantes ... percebemos que as propriedades rurais já seriam pequenas e médias e, as estradas ... eram extremamente transitáveis.   Mesmo vicinais que tivemos que pegar, percebemos que tinha manutenção, ou seja, "sem buracos".

Quando pegamos a SP-300 então foi a "gloria".   Pista dupla, super sinalizada, placas de km, postos de gasolina, cidades próximas, celular funcionando em toda a extensão, ... recurso mesmo.

Quando tivemos que sair da SP-300 e pegar a BR-153, deparamos novamente com o descaso na manutenção das rodovias federais ... buracos, perigo, ...

Quase tivemos um acidente próximo a fazenda do Estado, chegando em Marília.  Ficamos no meio de duas carretas e a da frente teve de brecar até parar por causa de uma grande cratera que atravessava a pista.   Por sorte não aconteceu o pior e retomamos pra chegar logo em seguida em Marília por volta das 10 e meia da noite.

E tome uma passagem ao hospital onde ganhamos uma bota de gesso e aplicações no joelho.

Como disse no texto das fotos ...

VALEU

- PELA EXPERIÊNCIA E DE TER QUASE CHEGADO LÁ.

- DE TER CONHECIDO UMA PARTE DO PERU E DEPARAR  COM ADVERSIDADES QUE EXIGIRAM BOM SENSO, PERSEVERANÇA E CORAGEM.

- DE TER PERCEBIDO QUE "NÃO É UMA VIAGEM FÁCIL"

- DE TER CONHECIDO 5 ESTADOS BRASILEIROS (MS - MT - RO - AC - GO)

MAS NADA DESOLADOR QUE NÃO TENTEMOS DE NOVO ANO QUE VEM ... ATÉ LÁ.

Obrigado pela força dos filhos, dos familiares, dos amigos e principalmente do apoio do companheiro de estrada Thales que tão bem me ajudou a vencer os obstáculos adversos pelos contratempos.

Arnaldo

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